quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma escalada!

O mês de Agosto é para mim o ponto alto do ano, é aquele mês em que a alegria chega à aldeia, é o reencontro de amizades, é as paródias partilhadas e as "pingas" que se emborcam, que revigoram o espírito após o período laboral. Como seria de esperar o último Agosto foi à grande e viveram-se momentos muito bons, agora que o ano civil se apresta para terminar, quero deixar uma recordação dessa estadia. Um momento que nasceu de uma conversa de café, uma ideia que pretendia reviver o passado, observar o presente e imaginar o futuro, numa base de convívio, de desporto e de conhecimento. Posta a ideia no terreno, 5 marmanjos madrugaram e desataram a escalar a serra rumo ao alto de S.Pedro, vulgo Piranga, a 1341 metros de altitude. Pelo caminho cruzaram-se com a modernidade das Eólicas e a antiguidade dos vestígios da estrada real Coimbra-Covilhã e da estalagem de S.Pedro. Foram 4 horas de sacrifício mas, sobretudo, de divertimento e que pretendem criar uma tradição de escaladas nos anos vindouros. Aqui fica um cheirinho do que foi a jornada.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O primeiro quilometro


Eu que sou um filho da selva urbana,uma das coisas que mais gosto quando estou na Fornea é olhar para o ceu e ver quão belo ele é.Não existem palavras que definam a minha adoração por esta criação da MÃE NATUREZA.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Relato de um Aldeão Urbano

Quero iniciar a minha participação no Blog, com uma breve descrição de algumas memórias que já guardo desta acolhedora aldeia, cravada na serra do Açor.

Recebi por herança da minha mãe esta vontade de estar, sentir e respirar esta aldeia, que por muito que tente transmitir às outras pessoas elas não percebem, talvez nem eu consiga perceber esta necessidade...

Mas o que é facto é que, se anualmente não passar lá alguns dias, parece que me falta algo, é como se tivesse que estar lá para carregar "baterias", e voltar novamente para o agitado mundo urbano. E o mais estranho é que quando vimos embora, o sentimento é de perda de algo muito bom, que desejamos muito durante o ano inteiro e que rapidamente acaba.

Quando era criança confesso que a minha vontade era pouca, talvez porque as condições que existiam na altura eram outras, talvez porque nasci numa época em que houve poucas crianças para brincar.

Mas o que facto é que a vontade que era pouca quando era criança, foi-se aos poucos modificando na adolescência e no descobrir de uma liberdade e de um à-vontade, que não existia na cidade.

E é precisamente da adolescência que guardo algumas das melhoras memórias que tenho, não só da Fórnea, mas também da sua envolvente, como a serra do Açor, a Barragem do Alto Ceira, as grandes festas que existiam noutras aldeias, tudo isso hoje faz parte dos melhores momentos da minha vida.

O que é certo é que a simplicidade que a aldeia nos dá, aliada as raízes que foram lá deixadas, seja o suficiente para que queira todos os anos lá voltar…

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um aldeão, nascido na serra beirã!

Aderi, sem hesitar, a este projecto, relacionado com este recanto interior da Beira, pequeno aglomerado infiltrado nas serranias do Açor, nos confins dos limites de Arganil, pertencente à típica Freguesia de Piódão... na verdade, esta aldeia, está entranhada no meu ser, faz parte da minha vida!

Nesta altura, envolto em momentos amargurados, pela perda do meu pai, vou esperando que a terapêutica imposta pelo desenrolar da realidade, no consecutivo amanhecer, me vá aclareando as ideias e cicatrizando o sentimento... que o lento desenrolar dos dias, vá ajustando a medida das emoções, revele a simbiose perfeita entre o estado de alienação e a cruel realidade...

Neste tempo, que vai anunciando uma nebulosidade dominante sobre as poucas horas de luz, o sol, prisioneiro do amontoado de nuvens, ainda vai estendendo os seus raios por pedaços de terra, através dos buracos rasgados no céu pela doce brisa que sopra do mar... ao sabor deste tempero, crepúsculos de luz polvilhados de orvalho, enquanto o frio não chega com mais vigor, vamos navegando sob a abobada pintada de Outono, em meados do mês de Novembro…


Diamantino Pereira, N.a 28/04/1932 – F.a 29/10/2010

O meu pai, nasceu nos primórdios do século passado, nos verdes anos duma república imprevidente, longe das atribulações sociais, no sossego dos altos montes, onde a natureza evidenciava encanto, conservada pelo silêncio do tempo. Com a primavera já florida, às portas dos aromas do Maio, nasceu na pequena aldeia de Fórnea, no seio de uma família humilde, todavia, a distinta e honrada casta Pereira que vivia naquele lugar, com uma forte raiz, ramos vigorosos que geravam sustentabilidade e bons frutos, espalhando nobreza ao futuro daquele aglomerado…

Desde cedo foi moldando a combatividade e a coragem de franzino, no relevo e sumptuosidade dos vales, dificuldades acrescidas no cultivo de subsistência, duma família que ia crescendo em tamanho e dificuldades. Com aquele modo de vida foi crescendo, apressando a mocidade, foi traçando o seu destino, escrevendo a sua vida, cimentando a sua personalidade, reservado na penumbra do tempo, mas abnegado na sua missão terrena, obstinado em conseguir um fado abençoado.

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domingo, 31 de outubro de 2010

Ponto de partida

Há 100 anos atrás, Portugal implantava a sua república, o país via-se renascido na esperança das reformas republicanas, a aldeia Fórnea era o retrato fiel do atraso e da ruralidade do país, entrincheirada nas serranias do Açor, sem estrada ou caminho que fizesse chegar uma carroça e a conecta-se com o mundo, os forneenses levavam mais de uma 1 hora a pé para contactarem outras aldeias, com tanto isolamento a aldeia era totalmente analfabeta.
Hoje no momento em que fundamos este blogue, a aldeia Fórnea está perfeitamente integrada na Era Global, servida de vias de comunicação físicas e virtuais, contudo ela hoje sofre de outro mal, desertificação. As novas necessidades das pessoas e centralização de poderes, levou ao abandono da aldeia na procura de melhores condições, a população da Fórnea está envelhecida e não completa as duas dezenas de pessoas. A razão de ser deste espaço é manter a conexão com a aldeia usando o enorme veiculo que é a internet. Não sendo o 1º espaço web dedicado à Fórnea (link), temos objectivos claros a atingir, promover e divulgar um dos locais mais bonitos do país, criar maior interactividade com os forneenses e o mundo e, ajudar e apoiar no desenvolvimento da aldeia.
O futuro está nas nossas mãos.