terça-feira, 30 de novembro de 2010

Relato de um Aldeão Urbano

Quero iniciar a minha participação no Blog, com uma breve descrição de algumas memórias que já guardo desta acolhedora aldeia, cravada na serra do Açor.

Recebi por herança da minha mãe esta vontade de estar, sentir e respirar esta aldeia, que por muito que tente transmitir às outras pessoas elas não percebem, talvez nem eu consiga perceber esta necessidade...

Mas o que é facto é que, se anualmente não passar lá alguns dias, parece que me falta algo, é como se tivesse que estar lá para carregar "baterias", e voltar novamente para o agitado mundo urbano. E o mais estranho é que quando vimos embora, o sentimento é de perda de algo muito bom, que desejamos muito durante o ano inteiro e que rapidamente acaba.

Quando era criança confesso que a minha vontade era pouca, talvez porque as condições que existiam na altura eram outras, talvez porque nasci numa época em que houve poucas crianças para brincar.

Mas o que facto é que a vontade que era pouca quando era criança, foi-se aos poucos modificando na adolescência e no descobrir de uma liberdade e de um à-vontade, que não existia na cidade.

E é precisamente da adolescência que guardo algumas das melhoras memórias que tenho, não só da Fórnea, mas também da sua envolvente, como a serra do Açor, a Barragem do Alto Ceira, as grandes festas que existiam noutras aldeias, tudo isso hoje faz parte dos melhores momentos da minha vida.

O que é certo é que a simplicidade que a aldeia nos dá, aliada as raízes que foram lá deixadas, seja o suficiente para que queira todos os anos lá voltar…

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